A contemporaneidade da relação professor-aluno: que crise é esta?
Neste ano várias ocorrências em escolas particulares e públicas têm chamado nossa atenção e proposto uma possibilidade de reflexão: tanto professores quanto alunos têm presenciado, quando não sofrido, agressões expressivas em sala de aula.
De acordo com matéria recente (09/12/2010) na Folha de São Paulo assim como na mídia televisiva estudos vêm evidenciar que 24% dos professores já sofreram ou presenciaram agressões físicas em sala de aula. Por outro lado também vêm se apresentando um número crescente de professores que estão realizando atos de agressão e descontrole verbal significativo na relação com os alunos.
Folha de São Paulo:
“Como exemplo recente (julho de 2010), o Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix qualificou a morte brutal de Kássio Vinícius Castro Gomes, de 39 anos, professor de Educação Física da mesma instituição, pelo estudante Amilton Loyola Caires, 23 anos como um "episódio isolado". No entanto entidades de classe e até mesmo o Congresso Nacional batem na tecla de que casos pontuais como esse têm virado rotina no ambiente escolar. Especialistas ainda alertam que, ao tratar as agressões na sala de aula como situações esporádicas e fora de um contexto maior, as escolas mascaram o problema e criam terreno fértil para a violência e a ação de alunos e professores.
No sentido jurídico ocorre a tentativa de pôr limites na selvageria que invade as instituições de ensino, e desta forma dois projetos de lei tramitam no Senado, para incentivar a cultura de paz nas escolas e estabelecer punições severas aos agressores.
O Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), representante dos profissionais de escolas particulares, articula ação de protesto pelo assassinato de Kássio Vinícius, que será definida hoje. Mas o diretor da entidade, José Carlos Arêas, adianta que o episódio faz parte de cenário de terror denunciado pelo Sinpro em pesquisa divulgada em 2009. O estudo aponta que 62% dos 686 entrevistados presenciaram ou sofreram agressão verbal e 24% deles, violência física. “Esse é um reflexo da sociedade que também aparece dentro da escola. Mas, no caso da rede privada, esses casos ficam abafados pelos interesses econômicos. Além disso, o aluno de escola particular se vê, muitas vezes, como um segundo patrão do professor. Muitos profissionais não denunciam porque temem perder o emprego.”
Tais fatos, que não são comuns apenas para as escolas particulares, assim como não são comuns apenas no Brasil, vêm propor uma reflexão sobre a escola como palco de produções subjetivas contemporâneas que carecem de visibilidade sobre o que urge, mas não consegue ainda ser tomado em consideração.
Neste caminho de reflexão sugerimos a leitura do artigo A SUBJETIVIDADE DOCENTE EM TEMPOS DE CRISE DE AUTORIDADE de Marcelo Ricardo Pereira, da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Este trabalho foi apresentado no IX Congresso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional em julho de 2009 na Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo (capital).
Boa leitura a todos os interessados!!! Caso alguém tenha alguma contribuição, dentro desta temática, a mesma será bem vinda.
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