Pós-graduação Lato Sensu: Clínica Psicanalítica Contemporânea.
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O UNIPAM
– Centro Universitário de Patos de Minas informa sobre o curso de
pós-graduação Lato Sensu em Clínica
Psicanalítica Contemporânea.
A Psicanálise acerca de mais de 112 anos tem sido uma ciência reconhecida nacional e internacionalmente, que investiga e trata o sofrimento psíquico. Seu desenvolvimento teórico-prático vem sendo utilizado tanto no seu lugar de origem – a clínica, como também tem sido eficaz para várias áreas de conhecimento que buscam compreender as produções da psique humana contemporânea.
O curso
Clínica Psicanalítica Contemporânea visa aperfeiçoar profissionais de
psicologia e da área de saúde para o atendimento na perspectiva psicanalítica
considerando, tanto aqueles que trabalham em consultório, quanto os
profissionais que atuam nas mais diversas instituições com situações de
sofrimento humano e carecem de um método de escuta próprio às formações
psicopatológicas da contemporaneidade.
O curso também
tem por objetivo preparar o profissional para o exercício do magistério
superior, utilizando, fundamentalmente, a Teoria dos Campos como instrumento
teórico-clínico na avaliação, produção e transmissão do conhecimento
psicoterápico. Neste sentido, este curso de especialização pretende formar
alunos considerando a capacitação dos mesmos para a transmissão de produções
científicas, que foram fundamentais para o alicerce da psicanálise - enquanto
ciência geral da psique, assim como, ao oferecer novas contribuições de caráter
teórico-metodológico, durante as aulas teóricas, habilitá-los para a busca
constante de teorizações possíveis para a experiência com a clínica
contemporânea por meio de seminários clínicos.
Docentes:
Andréa
Gonçalves Dias
Cristianne
Spirandeli Marques
Daniela
Rodrigues Goulart Gomes
Evaldo Nunes
Joana
Darc dos Santos
Léia
Souza Alves de Araújo
Maria Alzira
Marçola
Maria Lucia
Castilho Romera
Mariza
Ferreira Leão
Roberta
Augusta Borges Calixto Paravidini
E demais
convidados.
Pré-Inscrições/Disciplinas/Calendário/Valores,
pelo link:
Início das aulas: 02 de março
de 2013.
Contatos
e informações: (34)
3823-0335 / 3823-0320.
Coordenação:
Profª Ms. Cristianne Spirandeli Marques (CRP: 04/7316)
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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Pós-graduação Lato Sensu: Clínica Psicanalítica Contemporânea.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
ENSAIOS....
ZONA
INTERMEDIÁRIA
Fabio
Herrmann (2001) ao retornar de forma explicativa o conhecimento produzido pela
teoria dos campos constata que a investigação da superfície das representações
é uma das ideias motrizes de sua teoria. Esta descoberta nasce do pensamento
deslocado do seu eixo produtor, ou seja, autor e leitor
são postos pela escrita em condição de reflexão de como o pensamento se produz,
e neste sentido, ele vai aos poucos compilando o conhecimento produzido
tornando-o mais acessível. Como consequência inesperada, Fabio obtém a despretensiosa
descoberta da importância da superfície das representações na sua teoria. Assim
inicia-se o segundo capítulo do livro: “Zona intermediária”.
A
zona intermediária se produz pelas representações que visam organizar nossas
ideias. Ela engloba os hábitos de pensamento do homem comum, que revelam
algumas regras constituintes. Assim esta zona estende-se da superfície das
representações ao inconsciente. O que o autor deixa claro é que na composição
do pensamento e das emoções se denuncia a correspondência inconsciente. Mas
este inconsciente é tratado na teoria dos campos como relativo ou campo.
Entende-se por inconsciente relativo ou campo, o fato de não definir uma
entidade final aos achados da investigação da zona intermediária. O valor desta concepção é que podemos
transitar por vários campos, onde cada um produz regras que determinam nossas
ideias, relações, sentimentos etc. Ou seja, o campo é o que nos faz ser.
Fabio
Herrmann ainda neste capítulo nos aponta a necessidade de reflexão da forma
interpretativa praticada por várias teorias psicanalíticas, que por vezes saltam
precocemente de sentidos e emoções, ao inconsciente. Este movimento pode acabar
sepultando a investigação da zona intermediária carregada de riqueza produtiva
que clama por consideração. Fazer tradução simbólica – processo
repensado criticamente na Teoria dos Campos é dar estes saltos
interpretativos, apenas respondendo a teoria já existente, que embasa tal
trabalho, tornando-se a interpretação, desta forma, um molde geral a ser
adaptado à subjetividade humana.
Podemos
então indagar... O que muda neste ato
interpretativo? Bem, a variação
consistirá no “jogo de cintura” criativo do analista, na tentativa de considerar
a exata medida da produção subjetiva do paciente. Quem sabe, neste exercício o
próprio analista se gratifique até, por conseguir comprovar o que herdou com
sua doutrina psicanalítica preferida.
Mas um convite a de ser feito aqui: Preste atenção na construção do autor sobre
a temática da zona intermediária! Este aspecto inicia o estilo particular
de conceber a interpretação na Teoria dos Campos.
Neste
capítulo vamos também conhecer como a investigação da zona intermediária ajudou
o autor a trilhar seu
caminho adentro da
psicanálise. Ou seja, como o autor foi lapidando seu olhar ao conhecimento
psicanalítico que dispunha para seu uso. Esta iniciativa culminou na criação de
alguns lemas para seu uso pessoal, no que diz respeito a uma postura critica
diante do que já havia produzido e do que foi produzido dentro das diversas
teorias psicanalíticas.
Na
segunda edição do livro “Introdução à Teoria dos Campos”, Herrmann (2004, p.
23) permitirá ao leitor encontrar quais foram estes lemas criados demonstrando
a importância de nunca acreditar numa dedução teórica de processos
inconscientes sem ter tido o pensador em ação a oportunidade de demonstrar sua
capacidade de analisar a superfície da consciência; fala da importância também
de depositar confiança nas teorias que estão por nascer do que as simplesmente
deduzidas de outras teorias (processo rico, mas de difícil construção) e por
fim, esse exercício vale pela possibilidade de não pertencer a um grande
pensador, mas a todo aquele que se dispor a praticar o uso do método
psicanalítico de deixar surgir do fenômeno sua forma particular e tomar em
consideração para daí sim teorizar a sua exata medida de produção, ou seja, o
que este tem a nos revelar sobre a constituição do psiquismo humano.
Para
ilustrar este empreendimento investigatório da zona intermediária, Fabio
Herrmann apresenta o conceito de Fascínio. Partindo da concepção sexual e
depois generalizando. O fascínio demonstra toda beleza
e naturalidade do ser humano, tanto quanto alimenta a garantia da
condição ideal esperada do indivíduo. Neste sentido o
fascínio é sustentado por outros dois sentimentos obscurecidos, que
servem como sustentáculos a ele. São eles: o asco e o ridículo.
Suponhamos que o polo da relação humana
escorregue para o asco. O indivíduo que passa pelo surto psicótico demonstra o
lado obscurecido da subjetividade. A exteriorização de algo tão íntimo poderá
nos afetar e ser refutado de forma repugnante, aspecto inimaginável a se
mostrar de forma tão indisfarçada.
Para
exemplificar a situação de cair no ridículo, basta pensarmos naquele amigo da
empresa que fica paparicando o chefe, elogiando até o espirro do endeusado. Ou
seja, de um lado predomina a exposição indisfarçada da interioridade gerando
asco, enquanto a exteriorização da intencionalidade como fator óbvio gera
ridículo. Nosso autor nos atenta para o
fato de que o equilíbrio entre estas duas condições produz o fascínio.
Como
são ensaios não pretendo esgotar os assuntos do capítulo. Neste caso fica a
critério do leitor continuar esta caminhada. Cada um destes assuntos teve maior
elaboração nos escritos do livro. Esta apresentação pessoal foi sintética, para
que o leitor vá se habituando ao que irá encontrar no livro ou em outras
possíveis leituras de autoria de Fabio Herrmann.
HERRMANN, F. Introdução a Teoria dos Campos. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2004, Capitulo II
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
ENSAIOS...
‘A
escrita de Herrmann sobre a Teoria dos Campos’ nasceu da oportunidade de
comunicar - pelas mãos de um estudioso recém-chegado à Teoria dos Campos e ao
pensamento de Fábio Herrmann, de forma instigante e provocativa, algumas
reflexões sobre o conteúdo do livro: ‘Introdução à Teoria dos Campos’. Neste
sentido o Blog Psicanálise e Escrita irá gradativamente publicizar as idéias
oriundas de cada capítulo do livro produzidas pelo graduando de psicologia do
UNIPAM: Victor Pereira, e revisadas pelas organizadoras do Blog. Esperamos que
todos possam aproveitar, dialogar e conhecer conosco este projeto. Abraços,
Cristianne e Paula.
Intenção
Quando
retornei - em função do Projeto ‘Ensaios...’ à leitura do primeiro Capítulo “Intenção”
após ter lido outros trabalhos do autor, logo no início da leitura me senti sendo respondido sobre algumas questões gerais
levantadas sobre a teoria e sobre o estilo de apresentar a mesma.
Lendo
em Fábio Herrmann (1991): “Andaimes do Real: o método da psicanálise” fiquei pensando
e me perguntando qual era a intenção do autor ao elaborar um trabalho tão
exploratório que acabava me deixando confuso com o rumo do que eu lia. Mal
pensava eu que esta característica era a intenção.
Assim
de volta ao Livro: ‘Introdução a Teoria dos Campos’ (2001) no capítulo
“Intenção”, Herrmann declara os motivos principais de se produzir uma
introdução à Teoria dos Campos – há que se dedicar a engendrar explicações das
principais idéias e rumos, que as mesmas foram tomando ao longo do tempo em que estas foram nascendo. O início do nascimento é
datado do final dos anos 60.
Freudiano
crítico, o autor situa um ponto de convergência na Psicanálise, dando solo ao
trabalho desenvolvido de recuperar a essência, que permeia os resultados comuns
às diversas teorias psicanalíticas. O método da psicanálise é núcleo das idéias
do autor, onde a revisão e ampliação do mesmo culminaram em novos caminhos ao
fazer psicanalítico e a compreensão do seu objeto de estudo – a psique humana. Psicanálise
grafada com P maiúsculo designa o nome da disciplina e psicanálise com p minúsculo
se refere ao tratamento analítico.
Fabio
Herrmann também expõe de forma bem concisa neste capítulo inaugural, alguns
pontos essenciais que vão dar vida ao livro, que são primeiramente o método psicanalítico, assim como, o que
viria a ser interpretação e o homem psicanalítico.
O método psicanalítico tem sua evidência na
investigação da interpretação, que por sua vez revela seu homem. Na parte final
do capítulo haverá uma explanação rápida destes temas. A leitura atenciosa destes termos ajudará na
compreensão aproximada do autor no decorrer dos capítulos seguintes do livro.
Vale
a leitura do capítulo pela investigação do que é comum às escolas
psicanalíticas e porque não dizer às ciências que careçam de baldrame sobre as
formações do psiquismo humano, assim como, de depuração necessária sobre nosso
objeto de pesquisa, que necessita de cura e de produção de conhecimento a sua
exata medida.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
PARABÉNS PAULA!!!!
'Olho as minhas mãos'
Olho as minhas mãos: elas só não
são estranhas
porque são minhas. Mas é tão
esquisito distendê-las
Assim, lentamente, como essas
anêmonas do fundo [do mar...
Fechá-las, de repente:
Os dedos como pétalas carnívoras!
Só apanho, porém, com elas, esse
alimento impalpável [do tempo,
Que me sustenta, e mata, e que
vai secretando o [pensamento
Como tecem as teias as aranhas.
A que mundo
Pertenço?
No mundo há pedras, baobás,
panteras,
Águas cantarolantes, o vento
ventando
E no alto as nuvens improvisando
sem cessar.
Mas nada, disto tudo,
diz:"existo".
Porque apenas existem...
Enquanto isto,
O tempo engendra a morte, e a
morte gera os deuses
E, cheios de esperança e medo,
Oficiamos rituais, inventamos
Palavras mágicas,
Fazemos
Poemas, pobres poemas
Que o vento
Mistura, confunde e dispersa no
ar...
Nem na estrela do céu nem na
estrela do mar
Foi este o fim da Criação!
Mas, então,
Quem urde eternamente a trama de
tão velhos sonhos?
Quem faz - em mim - esta
interrogação?
Mário Quintana, 1999, p.50-51.
Cara Paulinha,
Nas mãos, nas teias, no mundo,
num tempo, num poema, no vento...
muitas vezes num estado de
estranhamento pelo desconhecido movimento da vida, que há de se
revelar sempre... te dedico este poema
no seu dia... e te desejo toda sorte de
BENÇÃOS para continuar o caminho
de criação da própria vida, assim como, de
interrogações sobre ela.
Que este... a partir de agora -
seu novo ano, seja repleto mesmo de
realizações reconhecidas,
sentidas, vividas... pois é preciso sempre sonhar.
Parabéns pelo seu aniversário e pela dedicação e incentivo constante para produção do Blog: psicanaliseeescrita. Sabemos que sem seu empenho o blog não teria saído dos nossos papos e se transformado numa pagina tão frutífera e linda.
Forte abraço e PARABENS!!!!!!
Cristianne (blogpsicanaliseeescrita).
Cristianne (blogpsicanaliseeescrita).
terça-feira, 27 de setembro de 2011
O INCONSCIENTE
Os artigos sobre
Metapsicologia são considerados as mais importantes produções teóricas de
Freud, constituindo assim um salto epistemológico a cerca da noção da psique
humana, rompendo com a consciência onisciente e revelando a complexa condição
produtora da consciência humana, assim o ensaio sobre “O Inconsciente” ocupa lugar
funda-mental à presente superação, e compreensão do psiquismo.
Para Freud o
interesse à suposição do Inconsciente era “prático”, pois assim permitia
“explicar” e “descrever” a grande variedade de fenômenos com que se deparava.
Como neurofisiologista – pelo método neurológico de descrição dos fenômenos
psicopatológicos – teve que se haver e tentava-se dar conta das estranhezas que
fugia à compreensão. Dizia ele que “restringir os fatos mentais aos que são
conscientes e entremeá-los de fatos puramente ‘físicos e neurais’ rompe as
‘continuidades psíquicas’ introduzindo lacunas incompreensíveis na cadeia dos
fenômenos observados”. Entre tanto ainda pelo método Freud escreveu “Projeto
para uma Psicologia Científica”, onde descrevia e explicava uma gama de comportamento
humano, normal e patológico, assim manipulou duas entidades, ‘o neurônio e a
quantidade numa condição de fluxo’, energia
física ou química não especificada. Então que com tempo e trabalho tal
teoria foi apresentando-se insustentável e grosseira para com as sutilezas que
surgiam à luz da análise psicológica dos processos mentais.
Logo em “A
interpretação dos Sonhos” se estabelece definitivamente a idéia de processos
mentais inconscientes, bem como o Inconsciente – “Ics”. O caminho a este portanto
estava nas “resistências” que pelo trabalho analítico deviam “ser superadas”
revelando a “idéia reprimida que representava o instinto”, reprimida de se
tornar consciente, de vir à Consciência – “Cs”. Os processos mentais ou
processos psíquicos vão muito além da consciência, assim se revelavam pelos
sonhos, atos falhos, ou conteúdos latentes como o são as lembranças. Essas
formas se constituem estados mentais latentes que se diferem da consciência
justamente pela ausência desta, ou seja, são atos psíquicos que carecem de
consciência.
Nesse sentido o Ics
abrange por um lado atos psíquicos latentes, temporariamente inconscientes e
por outro, processos reprimidos, impedidos de virem à consciência. O ato
psíquico, portanto pode passar por duas fases: a princípio é inconsciente – Ics.
– e se for rejeitado pela censura não passará para a segunda fase, ele foi
“reprimido”, e permanecerá Ics. Passando pelo teste, passa também para a
segunda fase, pertencendo ao segundo sistema, o Cs., tornando-se consciente ou
latente à consciência. Para um conteúdo Ics. tornar-se Cs. não bastava a
comunicação deste para o paciente, não provocaria qualquer mudança em sua
condição mental, senão uma nova rejeição deste, assim era preciso de um
movimento do próprio sujeito, a fim de que haja um declínio das resistências.
Até o momento a
Psicanálise foi se diferenciando da ‘psicologia da consciência e descritiva’,
devido principalmente o seu conceito Dinâmico
dos processos mentais, levando em conta também a Topografia psíquica, apresentada pelos sistemas Inconsciente – Ics.,
e Consciente – Cs.
Logo a investigação
leva a novas questões, como a dos impulsos instintuais, emoções e sentimentos
inconscientes. E nesse caminho entendia Freud que um instinto nunca seria Cs. e
sim sua representação, a idéia que o representa. Sem “idéia” ou “estado
afetivo” não se conhece o instinto, mesmo no Ics. um instinto registra-se por
uma representação ideacional. Sentimento, emoções e afetos inconscientes são
representações. Destes somos côncios, mas não de suas idéias, ou seja, do afeto
carregado à idéia. Este seu representante nunca foi Ics., a idéia é que sofreu
repressão. A repressão tenta a todo custo suprimir o desenvolvimento dos
afetos.
Os afetos e as
emoções são processos de descarga, que manifestam-se pelo que percebe-se como
sentimentos; já as idéias são catexias, basicamente traços de memória. O
controle do Cs. sobre o desenvolvimento dos afetos é impotente, inserto, essa
luta é constante entre o Cs. e Ics. Dessa forma o afeto como representação de
uma idéia pode desenvolver-se ao Cs. por via de outra idéia substituta
assumindo sua forma, ou seja, sua natureza determinará o caráter qualitativo do
afeto, o que pode ser visto na ansiedade patológica, por exemplo.
A repressão ao
romper idéia de afeto faz com que tomem caminhos diferentes de desenvolvimento.
A transição do Ics. para o Cs. não se “processa pela efetuação de um novo
registro, mas pela modificação em seu estado, uma alteração em sua catexia”.
Por este movimento empreendem-se vários mecanismos que atuam entre os dois
sistemas, ou seja, no pré-consciente – Pcs. – protegendo-se da pressão que
sofre da idéia inconsciente, demandando para tanto um dispêndio de energia na
medida em que haja um aumento da excitação instintual desta idéia. Assim constitui-se
o terceiro ponto de vista sobre o aparelho psíquico, o econômico, considerando as vicissitudes de quantidades de
excitação, as intensidades e movimentos das catexias, aqui substituída por
Libido, investida em uma idéia.
O Ics. é rechaçado pelas
censuras do Pcs., mas seus “derivados” podem “contornar” a censura “atingindo
um alto grau de organização, alcançando certa intensidade de catexia no Pcs.”,
assim dependendo da intensidade pode tentar tornar-se conscientes, superando
novas censuras, agora do Cs. que os reconhecem derivados do Ics.
Neste caminho, a
experiência clínica e a elaboração teórica sobre casos psicopatológicos e de
neuroses de transferência permitiu a Freud evidenciar as formas que tomam os
desdobramentos dos conteúdos Ics instintuais e seus afetos na dinâmica dos
processos mentais, e suas vicissitudes na tentativa de se tornarem conscientes
pela condição, excitação e satisfação da idéia/objeto investido. Dessa forma, via-se
que “derivados do Ics. tornam-se conscientes na qualidade de formações e
sintomas substitutivos”, distorcidos pela censura. “O Ics. contém as catexias
da coisa dos objetos”, logo o que conscientemente se constitui, de forma
organizada nos sistemas Pcs. ou/e Cs. diz respeito à “hipercatexização” da
“apresentação da coisa”, quer dizer que, “agora se vincula as apresentações das
palavras que lhe correspondem”, ou seja, sem a palavra é apenas afetos,
desconfortos, que se sentem, são produtos de uma idéia inconsciente censurada,
a “palavra” permite um registro consciente sobre a “coisa”.
Assim, pela
conceituação e legitimação clínica do Inconsciente a Psicanálise pode se
constituir e sustentar-se epistemologicamente, e de forma autônoma e autêntica pôde
a evidência um campo rico na produção de um saber sobre a complexa condição
humana dos processos mentais e constituição da consciência, logo também
terapêutico pela palavra que revelava o sentido produtor de sua forma.
FREUD, S. (1915). O Inconsciente. In: FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v. 3. Rio de Janeiro: Imago, 1925, p. 165-222.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Parabéns
Nossos Parabéns Cristianne
“Um dia me disseram
Que as nuvens
Não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos
Às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração…”
Que as nuvens
Não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos
Às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração…”
(Somos quem podemos ser – Engenheiros do Havaii)
Assim somos afetados, somos atravessados pelo outro que, por sua forma de relação nos permite virmos a ser onde não o éramos... Assim fomos tocados por uma amiga e parceira, que pela experiência partilhada nos possibilitou inúmeros “intervalos na escuridão”, e um deles é esse espaço em Psicanálise.
Hoje dia 21 de julho, é entre nós o seu dia Cristianne Spirandeli, mais um ano de vida. Portanto desejamos que nesse novo dia, como um após o outro que se inicie o seja repleto de sonhos e realizações, de prosperidade nas relações para com todos aqueles que fazem parte de sua vida, e nesse sentido que possamos também por essa fértil relação produzirmos mais. E, já que relacionar-se é um perder-se para recuperar-se diferente, que possamos nesse caminho produzir sempre algo novo a quem nos acompanha, mesmo que não saibamos bem o que há de vir a ser o façamos sempre na possibilidade de novos “intervalos na escuridão”.
E hoje o blog Psicanálise e escrita vem te parabenizar pela linda história quem vem construindo no mundo das relações. E é com muito prazer que lhe dedicamos tudo de melhor e mais precioso.
Grande abraço da Psicanálise e Escrita.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Indicação de Leitura
A FORMAÇÃO PSÍQUICA FAMILIAR A PARTIR DE TRÊS SITUAÇÕES DISTINTAS VIVIDAS PELOS PAIS APÓS O NASCIMENTO DO BEBÊ
Adangleiton Pereira Cândido, graduando em Psicologia pelo Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM, e Cristianne Spirandeli Marques, professora Mestre em Psicologia do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM)
Este trabalho se originou a partir do contato do pesquisador com disciplinas de Psicanálise durante a graduação, e enquanto tio despertou-se um interesse sobre a relação mãe-bebê e suas repercussões no grupo familiar (pais, tios, sobrinhos). Diante da angústia do estudante de Psicologia no que concerne à busca por um entendimento sobre a psique humana e a possibilidade de apreensão dos fenômenos psíquicos, tal pesquisa objetivou investigar a formação subjetiva do grupo familiar diante de uma nova situação, neste sentido fez-se uso do método de observação conjunta da relação mãe-bebê Esther Bick para a compreensão da formação da subjetividade na relação dos pais com o bebê, na cidade de Patos de Minas/MG, nas seguintes situações: primeiro - o bebê nasceu com boa saúde física e foi para casa assim que nasceu; segundo - o bebê ficou internado na UTI neo-natal e depois foi para casa; terceiro - o bebê nasceu com Síndrome de Down e foi para casa assim que os pais receberam a notícia. As visitas ocorreram semanalmente durante dois meses, com a duração de 30 minutos. De posse dos relatos produzidos após as observações, buscou-se utilizar a leitura interpretativa pelo método psicanalítico de ruptura de campo sobre o conteúdo que passa a ter caráter de discurso, ou seja, de sentido produzido, em que a primeira postura a ser considerada para a leitura foi de uma passividade receptiva, considerando os dados a sua exata medida de acontecimentos no relato e num segundo momento, por meio de uma receptividade-ativa tomamos em consideração os pequenos sentidos deixados à mostra pelos cuidadores na relação com o bebê e as possíveis reações deste, próprias do campo de constituições identitárias, produzidas no grupo familiar. O observador/narrador então procurou interpretar, ou seja, deteve-se no sentido produzido por tempo suficiente, buscando descobrir a formação psíquica determinante da relação familiar. O principal instrumento deste trabalho foi o método por ruptura de campo criado por Fábio Hermann que tem por característica descobrir as estruturas identitárias, ou seja, as produções subjetivas que sustentam os sentidos da relação familiar por meio dos discursos que vão surgindo de uma relação reciprocamente construída e investida pelo par observador/família. Foi possível descobrir que independente da forma de nascimento do bebê conduziu a uma passagem do cerco das coisas para uma condição de relação humanizada. Como interpretante dos casos utilizou-se o conto do Pinóquio, representando a às possibilidades de passagem do cerco das coisas à condição de ser desejante, evidenciando a formação subjetiva de cada grupo.
Contatos:
Adangleiton: adangleiton@yahoo.com.br
Cristianne: cristianne@unipam.edu.br
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